Comissão de Saúde promove debate em Alagoinhas sobre a situação do Hospital Regional Dantas Bião

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Redação

Foto: Aluísio Neto/Ascom/Ludmilla Fiscina

A Comissão de Saúde e Saneamento da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) promoveu, na manhã desta sexta-feira (11), uma reunião itinerante que debateu a situação do Hospital Regional Dantas Bião, na cidade de Alagoinhas. O evento ocorreu no plenário da Câmara de Vereadores e reuniu prefeitos, secretários, profissionais de saúde e representantes de órgãos públicos e da sociedade civil.

A reunião foi seguida por uma visita técnica à unidade regional de saúde que atende mais de 580 mil pessoas que moram na região. Ao longo da reunião, foram feitos relatos de dificuldades no atendimento e apontamentos de soluções para as demandas. Entre os parlamentares presentes, estiveram os deputados Alex da Piatã (PSD) e José de Arimateia (Republicanos), presidente do colegiado e vice, respectivamente, além da deputada Ludmilla Fiscina (PV), proponente do evento itinerante em sua terra natal.

Alex e Arimateia destacaram a importância de se debater as melhorias para a saúde pública na região de Alagoinhas e agradeceram a presença da comunidade local no encontro. Ambos ainda se colocaram à disposição para ajudarem na superação dos obstáculos que a unidade regional enfrenta.

Ludmilla Fiscina destacou o fato de o governador Jerônimo Rodrigues ter se comprometido com a construção de um novo hospital regional no município para ampliar a capacidade de atendimento. “Depois que sair o novo Hospital Dantas Bião, a atual estrutura poderia receber um serviço de traumatologia, para tratamento de queimaduras ou ser um espaço de ampliação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI)”, sugeriu. Para a legisladora, o hospital tem uma estrutura para atendimento de alta complexidade, mas funciona como porta aberta, atendendo desde os casos mais básicos até os mais específicos.

O prefeito de Alagoinhas, Joaquim Neto, também enfatizou que o hospital funciona no modo chamado ‘porta aberta’ e recebe pacientes de muitas cidades vizinhas. Assim, continuou o gestor, há uma necessidade de se fortalecer a rede de atenção básica para que o hospital regional possa se dedicar aos casos mais complexos. “Tivemos a informação de que em 30 de agosto o governo vai abrir a licitação para o novo hospital regional com um investimento orçado em R$ 180 milhões. A previsão é que tenha serviço intra hospitalar de oncologia e é possível que tenha hemodinâmica. Nesse sentido, o antigo pode ser transformado em hospital de doenças crônicas”, apontou o gestor.

O presidente do Consórcio Público Interfederativo de Saúde da Região de Alagoinhas, Alexsandro Menezes de Freitas, prefeito de Acajutiba, lembrou que o hospital em questão é um equipamento para atendimento de aproximadamente 580 mil habitantes na região. “Sabemos que o atendimento primário existe nos municípios, mas todas as demandas maiores convergem para o Dantas Bião. Lá, não tem o número de leitos suficientes para atender. São muitas demandas, mas a oferta é pequena”, exemplificou o dirigente.

Presidente do Consórcio de Desenvolvimento Sustentável do Território Litoral Norte e Agreste Baiano, o prefeito de Cardeal da Silva, Branco Sales, elogiou a iniciativa da comissão da ALBA, representada por Alex da Piatã, José de Arimateia e Ludmilla Fiscina, de ir conhecer e debater a realidade do hospital regional. “Temos a vontade de construir, a cada dia, uma saúde melhor para toda a região. Me coloco à disposição como soldado para buscarmos essas melhorias”, externou.

Outro prefeito da região que compareceu ao encontro foi Pequeno Sales, gestor de Catu. Ele relatou que milita na área da saúde há cerca de 30 anos e conhece bem a realidade do Hospital Regional Dantas Bião. Ele sugeriu que os hospitais municipais passem para a gestão estadual, de modo a descentralizar os atendimentos de alta complexidade. “Vejo que a demanda seria mais tranquila se o atendimento fosse mais descentralizado em pequenos núcleos”, propôs.

José Cleto Santos, presidente da Câmara de Alagoinhas, disse aos deputados que uma solução possível para ajudar o hospital a ampliar a oferta de serviços é a injeção de mais investimentos. “Enquanto não sair o novo hospital, a saída é colocar mais investimentos, pois a demanda tem sido grande, e a oferta pequena. A sugestão para os deputados é buscar a injeção de mais recursos para ampliar a oferta de atendimentos”, reforçou o chefe do Legislativo municipal, que também se colocou à disposição para a busca por melhorias para a saúde regional.

O coordenador do Núcleo Regional de Saúde Nordeste, Rogério Ribeiro Ramos, foi outro que levantou a tese de que todos devem se unir na discussão para resolução dos problemas que atingem o hospital. “Contamos com o apoio de prefeitos, secretários, gestores da saúde, a sociedade civil de forma organizada. Essa é a melhor forma de construir saúde. À diversas mãos”, pontuou. Ele frisou que não adianta construir o maior hospital da região se não pensar estratégias para melhorar a saúde desde o início do sistema até o final. “Se não fortalece a atenção primária, não adianta construir o maior hospital. O hospital regional tem que atender sua especialidade, demandas de maiores portes. É importante que se trabalhe toda a rede assistencial, todas as instâncias até se chegar ao hospital”, narrou.

Entre os presentes, estava a diretora da Policlínica Regional de Saúde em Alagoinhas, Aline Pereira dos Santos, que também representou a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). Ela explicou que a policlínica chegou para somar e desafogar o hospital regional. Assim, o equipamento que administra atende 22 especialidades, tem 37 médicos e realiza diversos exames. “Esse é um momento importante para ouvirmos as demandas e trabalharmos na busca pelas soluções”, disse.

A diretora-geral do Hospital Regional Dantas Bião, Maria Emília Silva, fez questão de agradecer pelas sugestões e apontamentos recebidos durante a reunião. “Aqui, recebi feedbacks importantes de um trabalho que estamos fazendo às duras penas, posso assim dizer. A vocação da unidade é para altas complexidades, recebemos demandas da atenção básica, mas entendemos que isso se trata de um hábito cultural da população. A gente tem feito tudo aquilo que é possível e que está ao nosso alcance para atender e estamos a disposição para destravar os problemas”, contou.

A secretária de Saúde de Alagoinhas, Laína Passos, disse considerar a reunião itinerante um ato propositivo no sentido de que todos os presentes estão do mesmo lado, unidos pelo mesmo propósito. “São pessoas querem um bem maior para a região, que é a saúde de qualidade. Problemas existem em todas as esferas, mas estamos do mesmo lado para buscar soluções”, disse. A gestora da pasta ainda propôs que todos os prefeitos e secretários da área da saúde da região fossem conhecer a dinâmica de funcionamento do hospital. “É necessário entender que o que está sendo ofertado precisa de mais investimentos. Não precisa esperar o novo ficar pronto para entender que o que a gente tem pode mais e melhor. Temos potencial para fazer muito mais”, destacou.

Steleyjanes Galdino, representante do Conselho Municipal de Saúde, elogiou a mobilização em função de melhorias para o hospital. “No conselho, o usuário, o profissional e o prestador estão em condição de igualdade para debater o assunto. A fiscalização não é só para apontar problemas, mas também para facilitar o diálogo aberto e possibilitar propostas para melhorias”, afirmou.

A vereadora Juci Cardoso, presidente da Comissão de Saúde da Câmara, chamou a atenção para a inquietação vivenciada pelos trabalhadores do hospital por causa de um processo seletivo que se encontra aberto. “É preciso dizer aos atuais trabalhadores se vão ter que fazer o processo ou não. Também precisa dar atenção aos relatos de assédios existentes. A fiscalização dos prestadores de serviços do hospital é outra necessidade, pois isso também se refere à qualidade do funcionamento da unidade”, elencou a legisladora em sua participação.

Além de Juci, falaram os vereadores Thor de Nina e Anderson Baqueiro, profissionais de saúde e usuários do hospital regional. Ao fim do encontro, a deputada Ludmilla Fiscina explicou que um relatório sobre o que foi discutido será elaborado e enviado à Secretaria de Saúde da Bahia para adoção de providências.

Fonte: Ascom/ALBA

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