Alagoinhas: CRAM comemora 9 anos de resgate e empoderamento de mulheres vítimas de violência doméstica

O órgão, que é ligado à Secretaria de Assistência Social, atua diretamente com mulheres vítimas de violência doméstica, dando acolhimento, orientação jurídica, social e psicológica.

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Redação

Foto: reprodução

O Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM) comemorou, nesta quarta-feira (28), 9 anos de serviços prestados em Alagoinhas. O órgão, que é ligado à Secretaria de Assistência Social, atua diretamente com mulheres vítimas de violência doméstica, dando acolhimento, orientação jurídica, social e psicológica. Na celebração, as mulheres assistidas foram homenageadas, valorizando o resgate de suas melhores versões, em reconhecimento à heroína que habita em cada uma.

Durante a solenidade, uma mesa foi composta, com a participação da secretária da pasta, Ludmilla Fiscina, do diretor de Direitos Humanos, Anderson Carlos, da Diretora de Inclusão e Promoção Social, Emanuelle Lopes, da coordenadora de Políticas de Proteção a Mulher, Jamile Oliveira, da coordenadora do CRAM, Vania Caldas, da coordenadora da Patrulha Maria da Penha, Patrícia Santana, e de uma representante das assistidas. Cada qual fez uma breve apresentação do papel dos equipamentos sociassistenciais. Posteriormente, as mulheres assistidas fizeram relatos emocionantes de suas histórias de superação.

“Para mim, hoje é um dia muito feliz porque estamos completando mais um ano de CRAM, órgão que ajudei a fundar, no município”, disse a secretária Ludmilla Fiscina, que salientou o trabalho em rede e a parceria do governo Joaquim Neto com a Delegacia da Mulher, o Ministério Público, a Guarda Municipal e o Conselho de Mulheres. “Cada dia, a gente se fortalece mais na missão de ajudar essas pessoas. Minha palavra é gratidão, pois estamos conseguindo avançar, com um trabalho sério e uma coordenação de mulheres bastante atuante”.

Ainda segundo a secretária, toda mulher precisa ter autoconhecimento, que é uma fonte de força para que qualquer pessoa possa realizar seus sonhos. “Nós estamos aqui, de braços abertos, para acolher as mulheres, com o poder da escuta e sem nenhum julgamento”.

Atuado no CRAM desde 2015, a coordenadora Vânia dos Santos Caldas relatou observar a evolução de muitas mulheres, que chegaram ao órgão deprimidas, “que passaram por diversas situações de violência e, hoje, conquistaram sua autonomia e autoestima. Somos todas mulheres maravilhas!”

Entenda o funcionamento do CRAM

O CRAM é um serviço de portas abertas, que acolhe mulheres encaminhadas pela rede de proteção, quer seja CREAS, CRAS, Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) e Conselho Tutelar . As mulheres também podem procurar o órgão diretamente, assim como, vizinhos e familiares podem fazer uma denúncia, ao perceberem alguma situação de violência doméstica. “Geralmente, as buscativas dessas mulheres só são feitas, por telefone, quando chega ao CRAM a medida protetiva, após a mulher ter dado queixa na DEAM”, informou a psicóloga Gardênia Andrade, que faz parte da equipe do CRAM há 4 anos.

“A maioria das vítimas de violência doméstica não possuem o segundo grau, embora também sejam atendidas mulheres da alta sociedade, empresárias, que pedem sigilo, por terem receio de se exporem”, continuou Gardênia, que destacou a situação de baixa autoestima na qual a grande maioria se encontra, no início dos atendimentos, e o receio de retornarem à casa de seus familiares, separando-se do agressor, por temor de serem julgadas.

O serviço do CRAM começa pela triagem, depois a ficha é repassada à psicóloga e à assistente social, que fazem o primeiro atendimento psicossocial, com anamnese, na qual uma série de perguntas são elencadas, a fim de detectar o histórico de violência sofrido, em uma escuta acolhedora e sigilosa.

A assistente social verifica se a mulher está inscrita no CadÚnico, para que ela possa acessar os benefícios que o município proporciona. Após a primeira sessão, ela sai com uma agenda de atendimentos psicológicos. “São, no mínimo, 10 atendimentos focados na situação de violência, em uma metodologia de terapia breve”, explicou Gardênia.

Depois disso, a mulher passa a participar de encontros semanais com os grupos de convivência (durante a pandemia as reuniões tem sido online). Também são ofertadas oficinas, como de manicure, cupcake, maquiagem, dentre outras, no sentido da mulher obter autonomia financeira.

“Quando a gente percebe que essa mulher está criando autonomia, ela começa a sair do ciclo. Mesmo as que não saem de imediato, já se encontram mais fortalecidas. Vi mulheres que chegaram em quadro depressivo e hoje já são empreendoras”, finalizou a psicóloga.

Contatos disponíveis para denúncia:

Disque Denúncia:180

CRAM: 34224545

DEAM:34228455

Guarda Municipal: 153 / 34238324

Patrulha Maria da Penha: 988136531

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